Após morte de vigilante, servidores fazem abaixo-assinado por mais segurança em maternidade no interior do Acre

Fonte: G1 Cruzeiro do Sul e Região / Adelcimar Carvalho

Assustados com os casos de violência em Cruzeiro do Sul, servidores da maternidade da cidade fizeram um abaixo-assinado pedindo mais segurança no local.

No documento, os funcionários se dizem preocupados com a falta de controle da entrada de pessoas no hospital.

Além disso, alegam que, após a morte do vigilante José Francisco Constantino da Costa, abordado e morto a tiros durante o plantão, os vigilantes estão indo trabalhar desarmados.

O documento, que deve ser entregue para a direção do hospital ainda esta semana, pede ações que reforcem a segurança na unidade.

“Temos mais de 300 assinaturas de funcionários, usuários e acompanhantes. Continua sendo apenas um vigilante, que agora trabalha sem arma. Como podemos nos sentir seguros? À noite aqui é um caos, ficamos na insegurança total”, reclama a enfermeira Lucimar Barbary.

Ela diz ainda que os servidores querem providências para que trabalhem com mais tranquilidade. “Este documento deveria ser entregue à direção nesta quarta-feira [09/08], mas a diretora está viajando e vamos aguardar ela chegar.

Sugerimos o aumento do número de vigilantes, organizar portas e janelas, controle da entrada de visitantes, que hoje é liberado, além de câmeras de monitoramento”, pontua.

O coordenador Regional de Saúde, Gontran Neto, disse que tem conhecimento do documento, ele diz que a questão precisa ser estudada.

Ele garante ainda que não há registros de tentativas de invasão na unidade.

“O fato ocorrido com o vigilante foi para roubar a arma dele, isso aconteceu também na sede do Incra. É uma coisa que tem que ser estudada para vermos qual é a melhor maneira de fazer a segurança de quem está na maternidade para fazer seus trabalhos.

Já tomamos algumas medidas para controlar o fluxo de pessoas e entendemos a aflição de quem trabalha lá”, afirma.

Morte do vigilante

O vigilante José Francisco Constantino da Costa, de 36 anos, foi morto com três tiros na noite de 26 de julho, na Maternidade de Cruzeiro do Sul.

De acordo com o delegado que apurou o caso, Alexnaldo Batista, o crime foi tratado como latrocínio, pois os criminosos roubaram a arma da vítima. Constantino foi morto com dois tiros no tórax e um no braço.

Protesto na capital

O pedido por mais segurança não é algo concentrado apenas em Cruzeiro do Sul. Nesta quarta-feira (09/08), sindicatos ligados à Saúde e Segurança promoveram mais um ato contra a violência dentro das unidades de Saúde do Acre.

Os manifestantes pediram mais segurança após vários casos de tentativas de homicídios e mortes dentro das unidades de saúde do estado.

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac) chegou a divulgar que, entre outubro de 2016 e julho deste ano, 12 profissionais de Saúde entraram com pedidos de afastamento e de transferência por causa da falta de segurança nas unidades.